
Foi o próprio Luís Leal que lançou o repto a um relojoeiro, por considerar que «o património deve ser preservado». Fê-lo recentemente, numa conferência sobre o “Tempo”, promovida pela Confraria da Doçaria Conventual de Tentúgal, que teve como orador o investigador em relojoaria José Mota Tavares. Orador que indicou, ali mesmo, o especialista adequado para tal trabalho. Hermínio de Freitas Nunes, que de resto tem origens paternas no concelho de Montemor-o-Velho, conversou com o autarca e aceitou encontrar-se com técnicos camarários para analisar «o estado» do objecto, no sentido de entabularem os trâmites para «colocar em marcha o relógio municipal». Avariado há cerca de tês décadas, este exemplar da relojoaria monumental, tem, segundo Hermínio de Freitas Nunes, «toda a probabilidade de ser recuperado e os seus antigos ponteiros voltarem a funcionar».
Ao Diário de Coimbra, o artista confessou estar satisfeito com o repto de Luís Leal, referindo que «o património não é uma herança do passado; é um empréstimo do futuro». «É uma honra contribuir para o restauro do património do concelho de meus antepassados», disse, considerando ainda – e parafraseando Fernando Pessoa – que «não há nada de mais ridículo do que um relógio público parado».
Este instrumento mecânico de “medição do tempo” foi colocado no município em 1909, após a conclusão do actual edifício (1889/1902). Este facto ocorreu por iniciativa do vereador Ferreira Galvão, que pretendia ter no edifício um relógio grande que servisse «para todas as repartições e serviços do mesmo edifício», argumento que a Câmara aprovou. Em Julho de 1909 a autarquia tinha um “relógio oficial dos Paços do Concelho”.
Escrito por Aldo Aveiro
In http://www.diariocoimbra.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=1235&Itemid=118
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