quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Taxista burlado e drogado por “doutora”

Foi “drogado” pela cliente que, tudo indica ser a mulher «que deveria estar a ser julgada em Santarém. Ficou-lhe com o dinheiro, os anéis e desapareceu sem pagar a “corrida”

Uma mulher já conhecida pelos taxistas da Figueira e intitulando-se como “doutora” foi à Praça Nova na sexta-feira à tarde e pediu a Ernesto Cardoso que a levasse a Aveiro, ao que o taxista acedeu, seguindo depois, a pedido da cliente para o Porto, para a Foz e posteriormente para a rodoviária de Vila Nova de Gaia, onde a mulher disse que ia esperar uma amiga. «Olhe, enquanto esperamos, vamos pôr qualquer coisa no buxo», disse, dando-lhe um rissol e um sumo com uma palhinha. «Quem é que não caía num à-vontade destes?», questiona o taxista.
Assim que ingeriu a bebida, ainda se lembra de lhe ter dado dois anéis, «porque ela disse que não gostava de ver os anéis a luzir no Porto, por causa dos assaltos» e ter entregue 105 euros, o dinheiro que tinha. A partir daí, no seu cérebro fez-se uma branca. Foi buscar o carro, bateu nos passeios e acabou por chocar com uma viatura. «Foi a minha salvação, porque era conduzido por uma médica do Hospital de S. João, que accionou todos os meios, porque me viu a dormir», conta, desembaraçado.
Ernesto Cardoso acordou no dia seguinte (sábado) no Hospital de Vila Nova de Gaia, fraco e com a diabetes muito alta, mas acabou por recuperar e já se encontra a trabalhar, depois de ontem ter sido visto por um grupo de médicos no Gabinete do Instituto de Medicina Legal. E medo, agora não sente? A resposta não se faz esperar, «estamos sujeitos a tudo, mas não podemos recusar os serviços, é a minha vida», diz este homem de 61 anos, que completou 40 de actividade ao volante de um táxi no passado dia 30 de Outubro.
Esta já não foi a primeira vez que Ernesto Cardoso foi assaltado, já que, em 1975 conta, «quatro fulanos pediram-me para os levar a Montemor-o-Velho e aí, fiquei sem carro e sem dinheiro».
A mulher que burlou Ernesto Cardoso que se apresenta como «doutora», é já conhecida naquela praça, pois por diversas vezes tem recorrido aos serviços dos taxistas. Aliás, depois deste incidente, outras pessoas se têm recordado de alegadas “aventuras” que terá protagonizado na Praia da Claridade, como a de que há 5 anos terá estado hospedada numa pensão durante «mais de um mês, e quando agarrou a confiança do dono, pirou-se e levou-lhe 2.500 contos (12.500 euros)», conta um trabalhador da Praça Nova.
Mas as burlas não se terão ficado por aqui, pois tudo indica que a mulher será a mesma que deveria estar a ser julgada em Santarém, mas que não compareceu e que já terá enganado por métodos idênticos, outras pessoas, em vários pontos do país. A queixa desta caricata história, foi apresentada por Ernesto Cardoso na PSP da Figueira da Foz, que ficou sem o dinheiro do serviço e mais 105 euros, sem os anéis e com vários danos na viatura.

Escrito por Bela Coutinho
In http://www.diariocoimbra.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=4783&Itemid=135

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