sexta-feira, 25 de junho de 2010

DETIDA PELA PJ

Mulher detida por sequestro e agressão de testemunha

Jovem de 20 anos andou a monte durante quase um ano e foi detida, quarta-feira, na zona do Sátão. Presente ao Tribunal de Montemor ficou em prisão preventiva

A Polícia Judiciária (PJ) concluiu, no mês passado o processo e remeteu-o ao Ministério Público, como noticiámos na altura. Todavia as diligências continuaram e os resultados aconteceram, com a detenção, quarta-feira, de mais um dos suspeitos num caso de sequestro e ofensa à integridade física de uma testemunha. A detida é uma mulher de etnia cigana, com 20 anos, casada, que andava fugida desde Julho do ano passado, altura em que aconteceu o crime no qual participou. Depois de ter passado por várias zonas do país, especialmente no Centro e Norte, a mulher ter-se-á refugiado, nos últimos tempos, na zona do Sátão, distrito de Viseu. Para a detenção a Judiciária contou com a colaboração da GNR do Sátão.
O crime ocorreu em Julho do ano passado e constitui um quadro de vingança e intimidação, com contornos de inusitada violência e agressividade, que envolveram uma jovem, residente na zona da Figueira da Foz, que tinha presenciado uma agressão a uma amiga. Mais, era a única testemunha do caso e deu a sua palavra que iria dizer o que viu ao tribunal. Os agressores não gostaram de saber e a decisão custou-lhe muito caro e levou-a, inclusive, segundo apurámos, a abandonar o país.
Com efeito, a jovem acabou ser perseguida por um grupo de três mulheres e um homem, envolvido na agressão à amiga, e saiu da Figueira da Foz, refugiando-se em Coimbra, onde acabaria, «dias depois», por ser localizada pelo grupo, que retomou a perseguição, que teve o seu “ponto final” junto à Estação Nova. Apercebendo-se, de acordo com a PJ, de algumas “movimentações”, a jovem, na casa dos 20 anos, tentou iludir os seus perseguidores, entrando num táxi. Mas estes conseguiram, com a respectiva viatura, bloquear o táxi e, em rigor, “arrancaram-na” do seu interior e transportaram-na para a viatura em que seguiam, empreendendo uma viagem de regresso à Figueira da Foz. Todavia, a deslocação terminou antes, pelo menos para a jovem, que pouco depois de Montemor, «numa zona erma», refere fonte ligada à investigação, foi supliciada de forma inqualificável. Com efeito, se já durante a viagem as três mulheres e o homem, todos residentes na zona da Figueira da Foz, a foram agredindo com palavras, quando esta terminou passaram das palavras aos actos e fizerem de tudo um pouco. Na verdade, segundo a PJ, a jovem foi agredida com um bastão em todo o corpo, especialmente na cara e nas costas, cortaram-lhe o cabelo e despiram-na, tentando ainda violá-la com esse mesmo bastão.
Com a vítima num estado lamentável, em termos físicos e, sobretudo, humilhada, os quatro sequestradores abandonaram-na, sentindo que a “lição” estava cumprida. Ou seja, com este “ajuste de contas” pretendiam “esclarecer” a sua posição como testemunha da agressão à amiga e, por outro lado, também ficava “resolvido” um caso de ciúmes, uma vez que a mulher tida mantido um relacionamento amoroso com o companheiro de uma das agressoras.

Operação de fuga

O caso ocorreu em Julho do ano passado, durante a noite e as investigações desencadeadas pela Polícia Judiciária, através da Directoria do Centro, permitiram identificar os quatro agressores e dois deles, o homem, de 27 anos, e a mulher mais velha, de 45 anos, foram detidos em Dezembro, na zona da Figueira da Foz. Na altura, esclarece fonte da PJ, «as duas mulheres mais novas, de 20 e 21 anos, não se encontravam no local e, como tal, não foram detidas». E certamente “desapareceram” ao terem conhecimento que, por ordem do tribunal, os dois companheiros do duplo crime tinham ficado em prisão preventiva. Aliás, a PJ está convencida que foi isso que aconteceu, uma vez que esta decisão do tribunal as terá alertado para a gravidade do crime que haviam cometido, pois, mais do que um gesto de vingança, que na sua cultura poderá, alegadamente ser compreendido e mesmo tolerado, o que o grupo fez foi cometer um crime de sequestro e de ofensa à integridade física de uma testemunha e é por isso que vai responder nos termos da lei.
A mais nova das duas mulheres deambulou, segundo fonte ligada à investigação, por várias zonas do país e “acabou” por ser «recentemente localizada» na zona do Sátão, onde foi detida. Presente ontem ao Tribunal de Montemor-o-Velho, encontra-se, por ordem do juiz, em prisão preventiva. A outra mulher, último membro do grupo, continua a monte e os investigadores da PJ mantêm-se atentos, no sentido de descobrirem o seu paradeiro.

Fonte: http://www.diariocoimbra.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=7875&Itemid=135

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