quarta-feira, 23 de junho de 2010

Aprovado voto de pesar pela morte de Saramago

Proposta foi ontem aprovada por unanimidade pelo executivo

A proposta foi ontem apresentada por Luís Leal, presidente da Câmara Municipal, e mereceu a aprovação de todo o executivo municipal que, por unanimidade, aprovou um voto de pesar pela morte do escritor José Saramago, nobel da literatura.
Para além de considerar o autor de “Ensaio sobre a cegueira” como um dos «vultos mais destacados da cultura portuguesa contemporânea» que, como escritor «reinventou a língua portuguesa e impulsionou uma nova geração de escritores portugueses e da lusofonia», a proposta destaca ainda uma «dimensão afectiva menos conhecida» do Nobel da literatura. Era um «homem que acreditava em causas», refere, sublinhando ainda a «personalidade atenta à realidade» e os seu «empenhamento e contributos», na rota dos quais Montemor esteve, especialmente Tentúgal.
«Montemor-o-Velho deve manter viva a lembrança daquele dia em que o viu comover-se na igreja da Misericórdia de Tentúgal, ao assistir ao concerto em que formalmente foi inaugurado o órgão de tubos do Convento da Natividade, cuja recuperação, oito anos antes, havia ajudado a financiar, rendido ao canto magistral do seu Coro Litúrgico e ao “doce cantar” de Tentúgal, como então referiu», adiantaa proposta.
O documento, apresentado ontem à votação do executivo presidido por Luís Leal, aponta ainda “retalhos” da obra de Saramago que se reflectem nas «terras de Montemor e da Ereira». E o escritor «marcou a sua passagem por Montemor-o-Velho, de forma indelével, mais do que o tempo», refere ainda, criando uma analogia com a marca traçada pela vara de negrilho de Joana Carda, a «filósofa dos campos do Mondego», personagem que faz parte do imaginário construído por Saramago.
Luís leal recorda ainda que, no ano passado, a autarquia de Montemor já se tinha associado à construção de uma estátua, da autoria de Armando Ferreira, que a freguesia que o viu nascer, em Azinhaga, Golegã, quis erguer ao único português nobel da literatura. E ontem propôs ao executivo um voto de pesar, lembrando um dos seus melhores ensinamentos: «começar a ler foi para mim como entrar num bosque pela primeira vez e encontrar-me, de repente, com todas as árvores, todas as flores, todos o pássaros».

Fonte: http://www.diariocoimbra.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=7839&Itemid=135

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