quarta-feira, 26 de maio de 2010

Orizicultores reclamam conclusão das obras do Baixo Mondego

A Associação Portuguesa dos Orizicultores (APOR) exigiu ontem em Coimbra que seja desbloqueada uma verba para a finalização das obras hidroagrícolas do Baixo Mondego e que o emparcelamento seja estendido aos vales onde ainda não foi feito, uma vez que o considera essencial para o desenvolvimento agrícola de toda a região.
Segundo dirigentes da APOR, que ontem entregaram um documento reivindicativo no Núcleo de Coimbra da Direcção Regional de Agricultura do Centro, estão por contemplar naquele projecto de fomento hidroagrícola os vales do Pranto (abrangido apenas parcialmente), Arunca e Ega.
O coordenador da associação, Isménio Oliveira, sublinhou que no Vale do Pranto se produz o melhor arroz carolino da Europa. No entanto esta zona debate-se com um problema de poluição (desconhecendo se tem origem em estações de tratamento de águas residuais ou em suiniculturas) e com o pagamento de taxas de água por parte dos agricultores independentemente de terem ou não emparcelamento.
A APOR reclama do Ministério da Agricultura que tome as medidas necessárias de apoio aos orizicultores «para salvar a produção de arroz nacional», bem como «penalize efectivamente quem faz “dumping” e sensibilize os industriais para que paguem preços mais justos pela produção nacional na campanha de 2010».
A Associação Portuguesa dos Orizicultores sublinha que «face às grandes dificuldades por que estão a passar as explorações agrícolas familiares é de extrema importância a redução das contribuições mensais dos agricultores para a Segurança Social por escalões, segundo os rendimentos das explorações e sem perda de direitos».
No documento reivindicativo, considera-se «grave o que se passa com a produção nacional de arroz, em que os preços na produção desceram cerca de 50% em relação ao ano anterior».
«Em 2008 o preço à produção rondava os 40 cêntimos o quilo e na campanha de 2009 os industriais pagaram entre os 15 e os 22 cêntimos/quilo conforme o seu rendimento», diz a APOR, acrescentando que os industriais alegaram que esta baixa é devida à pressão das grandes cadeias de produção.
«Sabemos que através da fiscalização da ASAE se verificou que as grandes cadeias de distribuição estão a fazer dumping na comercialização do arroz, sem que haja uma efectiva penalização para esta prática e que continua a misturar-se arroz sabe-se lá vindo de onde e em que condições», refere ainda.
Isménio Oliveira adiantou que a associação irá contactar os partidos políticos com assento parlamentar para os sensibilizar para este e outros problemas do sector, estando também a organizar para Julho, em Santarém, um encontro nacional de produtores para analisar as medidas a tomar em defesa dos interesses dos orizicultores nacionais.

Escrito por José João Ribeiro
In http://www.diariocoimbra.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=7515&Itemid=135

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