Comerciantes e moradores queixam-se dos prejuízos das obras e do fim dos estacionamentos
A população da Carapinheira, concelho de Montemor-o-Velho, há muito que andava insatisfeita com as obras de requalificação que a autarquia está a realizar. Ontem, ao fim da tarde, a revolta instalou-se quando os comerciantes e moradores do centro da vila repararam que os trabalhadores da construtora contratada iam abandonar o local deixando impedidos os acessos ao cemitério e à Igreja, bem como a circulação mesmo pedonal muito condicionada. Depois de reclamarem, os trabalhadores colocaram areia e tentaram minimizar o impacto de uma obra que já vai longa.
«Iam embora e deixavam tudo de pantanas, no fim-de-semana nem as pessoas podiam ir à Igreja ou ao cemitério. Há muitos meses que isto está uma miséria, sabemos que é para fazer melhoramentos mas a obra nunca mais acaba e vem aí a Páscoa, não gostamos de ver isto assim», disse ao Diário de Coimbra António Silveira, explicando porque é que ontem os ânimos se exaltaram.
As tampas mais altas na estrada e os desníveis incomodam os automobilistas, os buracos e a lama os transeuntes, estacionar é praticamente impossível. Queixam-se os moradores e, principalmente, os comerciantes, que viram o número de clientes cair, em alguns casos, para menos de metade. Naquela zona da vila existem cafés, talho, ourivesaria, padaria, supermercado, etc.. Com as obras, as pessoas passaram a frequentar menos aquelas ruas, diminuindo os potenciais clientes.
«Estas obras arruinaram-nos», diz Pedro Pereira, dono do talho. «Não só pela forma como estão a decorrer – que isto fica sempre um caos –, mas também pela duração que já levam e pelas mudanças que vão provocar», sustenta. De acordo com o comerciante, no lugar de dois vai existir apenas um sentido de circulação automóvel e, «porque fizeram os passeios quase tão largos como a estrada», deixa de existir espaço para estacionar viaturas.
O facto de a autarquia estar a construir um estacionamento a cerca de 500 metros não é, para os comerciantes, suficiente. «Não é muito longe, mas é por detrás do cemitério» e, portanto, fora de mão. Pedro Pereira concorda que o centro da vila «vai ficar mais bonito» mas, frisa, «pouco funcional e menos favorável ao comércio tradicional». O proprietário do talho diz ter registado uma quebra de cerca de 70 por cento no seu estabelecimento e considera que as pessoas já perderam o hábito de ali passar.
Obra está numa fase final
Os comerciantes dizem que, ao longo deste processo, deram a conhecer as suas preocupações à autarquia, sem que as suas opiniões tenham alterado o rumo das coisas.
Isabel Quinteiro, vereadora das Obras Públicas da Câmara Municipal de Montemor-o-
-Velho, admite que as obras tragam sempre alguns constrangimentos no seu decorrer, mas lembra que devem faltar apenas dois meses para a sua conclusão. «O trânsito está condicionado, mas as pessoas continuam a ir fazer as suas compras nos estabelecimentos, que são cerca de meia dúzia», disse ao Diário de Coimbra.
Desconhecendo a situação de ontem, a autarca estranha que surjam dificuldades agora, numa fase em que se fazem «remates de pavimentação e arranjos finais». De acordo com Isabel Quinteiro, a requalificação urbana da freguesia incluiu a remodelação de redes de águas pluviais, instalações de gás e infra-estruturas eléctricas subterrâneas.
Escrito por Andrea Trindade
In http://www.diariocoimbra.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=6756&Itemid=135
A população da Carapinheira, concelho de Montemor-o-Velho, há muito que andava insatisfeita com as obras de requalificação que a autarquia está a realizar. Ontem, ao fim da tarde, a revolta instalou-se quando os comerciantes e moradores do centro da vila repararam que os trabalhadores da construtora contratada iam abandonar o local deixando impedidos os acessos ao cemitério e à Igreja, bem como a circulação mesmo pedonal muito condicionada. Depois de reclamarem, os trabalhadores colocaram areia e tentaram minimizar o impacto de uma obra que já vai longa.
«Iam embora e deixavam tudo de pantanas, no fim-de-semana nem as pessoas podiam ir à Igreja ou ao cemitério. Há muitos meses que isto está uma miséria, sabemos que é para fazer melhoramentos mas a obra nunca mais acaba e vem aí a Páscoa, não gostamos de ver isto assim», disse ao Diário de Coimbra António Silveira, explicando porque é que ontem os ânimos se exaltaram.
As tampas mais altas na estrada e os desníveis incomodam os automobilistas, os buracos e a lama os transeuntes, estacionar é praticamente impossível. Queixam-se os moradores e, principalmente, os comerciantes, que viram o número de clientes cair, em alguns casos, para menos de metade. Naquela zona da vila existem cafés, talho, ourivesaria, padaria, supermercado, etc.. Com as obras, as pessoas passaram a frequentar menos aquelas ruas, diminuindo os potenciais clientes.
«Estas obras arruinaram-nos», diz Pedro Pereira, dono do talho. «Não só pela forma como estão a decorrer – que isto fica sempre um caos –, mas também pela duração que já levam e pelas mudanças que vão provocar», sustenta. De acordo com o comerciante, no lugar de dois vai existir apenas um sentido de circulação automóvel e, «porque fizeram os passeios quase tão largos como a estrada», deixa de existir espaço para estacionar viaturas.
O facto de a autarquia estar a construir um estacionamento a cerca de 500 metros não é, para os comerciantes, suficiente. «Não é muito longe, mas é por detrás do cemitério» e, portanto, fora de mão. Pedro Pereira concorda que o centro da vila «vai ficar mais bonito» mas, frisa, «pouco funcional e menos favorável ao comércio tradicional». O proprietário do talho diz ter registado uma quebra de cerca de 70 por cento no seu estabelecimento e considera que as pessoas já perderam o hábito de ali passar.
Obra está numa fase final
Os comerciantes dizem que, ao longo deste processo, deram a conhecer as suas preocupações à autarquia, sem que as suas opiniões tenham alterado o rumo das coisas.
Isabel Quinteiro, vereadora das Obras Públicas da Câmara Municipal de Montemor-o-
-Velho, admite que as obras tragam sempre alguns constrangimentos no seu decorrer, mas lembra que devem faltar apenas dois meses para a sua conclusão. «O trânsito está condicionado, mas as pessoas continuam a ir fazer as suas compras nos estabelecimentos, que são cerca de meia dúzia», disse ao Diário de Coimbra.
Desconhecendo a situação de ontem, a autarca estranha que surjam dificuldades agora, numa fase em que se fazem «remates de pavimentação e arranjos finais». De acordo com Isabel Quinteiro, a requalificação urbana da freguesia incluiu a remodelação de redes de águas pluviais, instalações de gás e infra-estruturas eléctricas subterrâneas.
Escrito por Andrea Trindade
In http://www.diariocoimbra.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=6756&Itemid=135
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