segunda-feira, 29 de março de 2010

AMA assume-se como mensageira da cultura nacional

O mais novo tem oito anos apenas, e frequenta a escola de música. O mais velho conta já com mais de 50 anos ao serviço da filarmónica. Várias gerações compõem, assim, a Academia Musical Arazedense (AMA), de Arazede. Esta colectividade do concelho de Montemor-o-Velho está, neste aspecto, «bem de saúde», garante o seu presidente, e é com esta «saúde» que este fim-de-semana assinala a passagem de mais um aniversário. E não são poucos os anos que passam sobre a sua fundação.
Corria o ano de 1894 quanto tudo começou. São, portanto, «116 anos a divulgar a cultura», diz José Abrunheiro, o presidente da colectividade que sublinha ainda a «escola de cidadania» que a AMA é nos dias que correm, oferecendo-se como espaço onde os jovens podem, de forma educativa, cultural e simultaneamente lúdica, ocupar o seu tempo livre.
Jovens ou menos jovens, hoje são muitos os que se entregam à academia, aprendendo música, tocando na banda ou até integrando uma das várias composições musicais da colectividade. «Quem vem para a associação hoje são pessoas que gostam mesmo de música», explica José Abrunheiro, lembrando que o mundo “lá fora” oferece um sem número de «diversões», pelo que quem está na AMA é mesmo por gosto pela arte musical.
Cerca de 70 elementos compõem a banda filarmónica, o principal núcleo da AMA. Mas há mais. A escola de música, por exemplo, actualmente com 36 alunos, forma jovens para integrarem mais tarde a banda, dando-lhes igualmente a possibilidade de seguir uma carreira artística e cultural. Depois, há ainda o Ensemble de Saxofones, com nove elementos, o Quarteto de Saxofones com percussão e voz da fadista Cátia Montemor e o Pautas, um agrupamento composto por alunos da escola de música com a participação de alguns executantes da banda. Destaque ainda para o Grupo Experimental de Teatro Arazedense, parado em 2009, mas que conta retomar a sua actividade em Setembro deste ano.

Entidades deviam “ajudar mais”
Mas como instituição sem fins lucrativos que é, a AMA, tal como as restantes colectividades do género, vive de ajuda. De amigos, concretamente, onde José Abrunheiro inclui a Câmara de Montemor, a Junta de Arazede e algumas empresas. O dinheiro, contudo, não chega para tudo e hoje, como sempre, há necessidades que precisam de ser colmatadas. Depois de um investimento de 14 mil euros em 2009, no arranje do palco, agora os problemas surgem ao nível do telhado da sede, a necessitar de algumas intervenções. Muitos instrumentos também já necessitam de substituição, diz José Abrunheiro, que fala ainda na necessidade de um novo fardamento, para substituir o actual «com mais de 20 anos».
Mas as «muitas dificuldades económicas» têm impedido a concretização dos vários objectivos. O presidente da colectividade reconhece-o e lança o apelo às entidades competentes, que «deviam ajudar mais as colectividades que promovem a cultura portuguesa». No caso, a AMA, afirma, «é uma mensageira da cultura nacional».
Amanhã tem lugar o ponto alto das comemorações, muito embora o dia oficial dos 116 anos se tenha assinalado na quinta-feira, com o hastear da bandeira da AMA. É amanhã, contudo, que tem lugar a sessão solene comemorativa, em que José Abrunheiro vai dizer que a associação «é uma casa de braços abertos para todos».

Escrito por Margarida Alvarinhas
In http://www.diariocoimbra.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=6752&Itemid=135

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