sexta-feira, 10 de julho de 2009

Despedimento sem justa causa

“Feliz o presidente que tem um maestro assim”… Estas foram as palavras proferidas pelo actual presidente da Filarmónica União Verridense, no ano passado no decorrer das comemorações do bicentenário.
Sensivelmente um ano depois tudo mudou. O maestro foi despedido sem justa causa e de forma pouco digna, o que levou a uma reacção por parte de alguns músicos. Um homem que tanto trabalhou para a banda, deveria sair pela porta grande. Aliás, tem sido assim com anteriores direcções.
A direcção pode demitir quem entender e sobre isso não há dúvidas. Mas não deve fazê-lo de forma leviana, sem razões fortes que justifiquem essa decisão. Não é digno, demitir-se um maestro num dia, aplaudi-lo no outro e no final da actuação, despedi-lo. Foi este procedimento que levou alguns músicos a solicitar espontaneamente uma assembleia-geral extraordinária.
A assembleia foi esclarecedora, realmente os motivos apontados pelo presidente da direcção, alguns deles ridículos, prova que não houve efectivamente razões válidas para despedir uma pessoa que tem mostrado excelentes qualidades técnicas e humanas. Além disso não se compreende este “deita fora”, uma vez que o presidente e o maestro andavam a reestruturar a escola de música.
O “timing” para o despedimento também não foi o melhor, porque criou mal-estar entre todos, numa altura em que a banda tem compromissos contratuais. Além disso o novo maestro, neste período de férias e de serviços festivos, nada vai acrescentar ao nível técnico da banda.
Os problemas da banda são para ser resolvidos em sede própria. Este devia ser o lema da direcção, mas não. Esta “desafinação”, como refere o Diário de Coimbra, foi noticiada por aquele jornal. O presidente devia ser o primeiro a dar o exemplo, mas resolveu dar a conhecer ao público, através do jornal, problemas internos da banda, focando aspectos particulares e localizados de algumas situações.
Não satisfeito, após a assembleia, mais uma notícia no Diário de Coimbra. Felizmente expressões de “quem manda na banda é a direcção” foram substituídas por “ quem gere a banda”. O presidente ouviu os recados da assembleia.
A assembleia decorreu de uma forma quase desordeira, com muitas intervenções desadequadas, mas foi importante e esclarecedora. Após a votação a direcção tem condições para gerir a banda, no entanto abriram-se algumas feridas que levarão tempo a sarar e saíram alguns músicos. Felizmente alguns dos que manifestaram intenção de sair, voltaram, revelando desta forma um sentimento forte com a associação.
A Filarmónica União Verridense deu um tombo, sem necessidade, saíram alguns músicos gerou-se um mal-estar entre outros, entre sócios e simpatizantes e abriram-se novas feridas, tudo isto aparentemente sem nenhuma razão. Ainda é cedo para concluir se a serenidade se instalou na banda, mas faço votos para que tal aconteça o mais breve possível. Alguns músicos e alunos da escola de música choraram, após a sua saída do maestro.
Ao ex-maestro, na foto, quero manifestar o meu orgulho como verridense, sócio e simpatizante da Associação Filarmónica União Verridense, pelo trabalho desenvolvido, quer na banda, quer na escola de música.

Publicada por O Barítono
In http://o-bari-tono.blogspot.com/2009/07/despedimento-sem-justa-causa.html
Foto: http://o-bari-tono.blogspot.com/2009/07/despedimento-sem-justa-causa.html

7 comentários:

  1. A Assembleia Geral foi um episódio de terceiro-mundismo. Os não sócios(as) tomaram conta da Assembleia Geral assumindo papéis que estupidifacaram ainda mais a situação trazendo muito pouca diginidade a uma associação tão digna até então.

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  2. É uma vergonha que uma mesa que preside a uma assembleia de uma associação como a de Verride não tenha conseguido colocar ordem e tenha compactuado com a estupidez. E pior ainda que se tenham demitido antes da assembleia... Vergonha...

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  3. foram duas demissoes. e os motivos o sr, ou a sra, nao os sabe...

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  4. Sem justa causa?
    Olhem um pouco para a banda e vejam a que qualidade ela chegou.
    Chegou a ser a melhor banda do distrito de Coimbra e hj?ainda o é?
    Concordo com o procedimento que o presidente da AFUV tomou.

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  5. É com tristeza que vejo no video, pessoas a baterem palmas e que votaram para que o maestro saisse. Isto já andava a ser cozinhado e não é só o presidente o cozinheiro, tinha alguns ajudantes que se fazem passar por santinhos.

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  6. Eu também não sei os motivos das demissões dos elementos da mesa. E estive na assembleia geral. Acho que não ouvi falar disso. Ou estive distraído? A assembleia de sócios teve conhecimento das duas demissões ou só da demissão do presidente da assembleia geral no final? A outra não ouvi falar.

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  7. Aposto que nem todos os que há 4 anos votaram no socrates, o vao voltar a fazer nas proximas eleiçoes. Felizmente, o mundo nao é estatico. As coisas mudam e evoluem para melhor e para pior. So temos que encarar a mudança e nao nos agarrarmos ao passado. Os portugueses continuam a pensar no país que isto já foi e olhem como está agora Portugal. Acredito que com a banda se passe o mesmo.

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verride.blogspot.pt