segunda-feira, 15 de junho de 2009

Novo projecto cultural

“Bastien e Bastienne” no Convento de S. Francisco

A companhia Ad Libitum, de Coimbra, e a cooperativa Teatro dos Castelos, de Montemor-o-Velho, juntam-se para desenvolver um novo e ambicioso projecto: uma companhia de teatro musical com sede na Alta de Coimbra. “Bastien e Bastienne”, de Mozart, é a primeira produção da Ópera de Coimbra, um espectáculo que pretende captar os mais diversos públicos de Coimbra e que promete surpreender, com uma mistura criativa de música, movimento, drama, design e poesia. A estreia acontece no dia 20, no Convento de S. Francisco, seguindo-se novas apresentações nos dias 27 deste mês, 3 e 4 de Julho, sempre às 21h45.
A associação artística - alicerçada no trabalho de um grupo coral de renome e de uma cooperativa interdisciplinar de cultura – começou já no ano passado, com a produção de “Alice e o Minotauro”, na sede da Ad Libitum (Rua dos Coutinhos), mas é agora que os dois grupos se lançam em algo mais «ambicioso» como diz Júlio Sousa Gomes, o encenador do “Bastien e Bastienne”», também responsável da cooperativa Teatro dos Castelos.
A adaptação da peça escrita por Mozart aos 12 anos é mais um fruto de uma parceria que não vai ficar por aqui. «Vamos fazer este espectáculo, com ambição mas também com os pés assentes na terra, e depois vamos pensar nas próximas produções», refere Júlio Gomes, certo de que Coimbra tem espaço para uma companhia de teatro musical e de que o público precisa de ser cativado.
Para o sábado passado, e com o objectivo de chamar a atenção do público para o evento, esteve previsto um desfile dos actores, trajados com os figurinos da ópera do século XVII. O cortejo seria pontuado de trechos da peça, representados pelas ruas da cidade, mas a chuva alterou os planos da organização, que aproveitou a reunião de todos para um ensaio no Convento de S. Francisco. Foi lá que o Diário de Coimbra os encontrou, a dar retoques na música, a compor os belos fatos de época, a arranjar as maquilhagens e cabeleiras, finalmente, a representar “Bastien e Bastienne”.

Juvenil e popular

Para os responsáveis da Ópera de Coimbra esta é «uma proposta, à cidade e à região, de um projecto que se pretende, em simultâneo, experimental, popular e pedagógico; aberto a novas temáticas e estéticas, de estímulo ao gosto pelas artes e pela cultura, visando proporcionar a inserção profissional de jovens músicos, cantores, bailarinos, juntando artes e postura cívica, procurando vínculos entre o clássico e o contemporâneo».
De enredo simples e curta duração (cerca de 50 minutos), “Bastien e Bastienne” é considerado um dos notáveis exemplos do género “singspiel” (diálogo falado entre a música) em que se insere. Numa nova versão em português, que visa devolver eficazmente a jovialidade simples de diálogos e canções, este espectáculo da Ópera de Coimbra apresenta-se com uma equipa alargada de actores/cantores e músicos e conta com o apoio cúmplice de artistas plásticos e de gente ligada à cultura e às artes de palco.
A Ópera de Coimbra concretizou um grupo de parcerias (Ministério da Cultura, Turismo de Coimbra, Câmara Municipal de Coimbra, Escola Superior de Educação de Coimbra, instituições de ensino artístico, companhias de teatro, empresas, imprensa) que pretendem propiciar a continuidade do projecto da companhia de teatro musical.

Desventuras de uma moça do campo e seu amado

O espectáculo que a Ópera de Coimbra vai levar ao Convento de S. Francisco é uma adaptação da peça composta por Mozart aos 12 anos (em 1768). O enredo trata das desventuras de uma moça do campo, Bastienne, em risco de perder Bastien, o seu amado, enredado por outras seduções. Desesperada e almejando reconquistar o seu grande amor, ela recorre à ajuda de Colas, o feiticeiro. A trama desenvolve-se em torno dos conselhos dados aos enamorados pelo feiticeiro e do choque entre os dois, até à reconciliação final.
Uma obra de grande simplicidade, marcada por uma unidade melódica, e em que a Ópera de Coimbra procura contrapor à austeridade do Convento de S. Francisco o colorido de figurinos, jogos, movimentos, submergindo a festa teatral na comunidade dos espectadores.

Fonte e imagem: http://www.diariocoimbra.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=2342&Itemid=113

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