segunda-feira, 13 de abril de 2009

Pereira desvenda segredos da queijada

O doce é famoso, mas poucos o sabem fazer. Na vila de Pereira, concelho de Montemor-o-Velho, de onde é originário, apenas há quatro estabelecimentos que o fabricam e comercializam e poucas mais doceiras que o confeccionam. Mas por pouco tempo. O Grupo Folclórico de Pereira vai promover um workshop onde vai ensinar a fazer queijadas de Pereira que poderão, então, ser preparadas por qualquer pessoa. É necessário, contudo, avisa o presidente da colectividade de Pereira, «algum jeito para a culinária».
O workshop sobre o fabrico da queijada vai decorrer no próximo sábado e domingo durante mais uma edição da Festa da Queijada de Pereira – a 23.a – na qual se integram também as comemorações do 43.o aniversário do Grupo Folclórico de Pereira. Constituiu a inovação do certame relativamente a anos anteriores e pretende, segundo o presidente do grupo, dar a conhecer o modo de fabrico do doce ex-libris desta vila do concelho de Montemor. «Temos todo o interesse em desvendar o segredo», diz Eduardo Roxo, que quer desta forma assegurar que, no futuro, haverá quem saiba fazer queijadas de Pereira. «Queremos transmitir esta arte, porque quantas mais pessoas em Pereira souberem fazer este doce mais ele será conhecido», diz ainda o presidente do Grupo Folclórico de Pereira, colectividade que sempre teve como desígnio principal levar mais longe a queijada de Pereira, e desta forma, o nome da vila. Além disso, sustenta, «quanto mais pessoas a souberem fazer, mais emprego haverá».
No local da festa, que vai decorrer no Celeiro dos Duques de Aveiro e no edifício ao lado, estarão queijeiras a trabalhar ao vivo, mostrando a sua arte na confecção do doce que, segundo Eduardo Roxo, tem mais segredo na montagem do pastel do que, propriamente, na mistura dos ingredientes. Neste espaço estão todos os instrumentos necessários para a produção, até os fornos a lenha, “obrigatórios” para quem queira fazer a verdadeira queijada de Pereira. Depois, explica Eduardo Roxo, quem quiser aprender «tem tudo à disposição».
Mas a Festa da Queijada não gira apenas à volta do doce. A organização vai também este ano promover visitas ao património histórico da vila, com passagens, entre outros pontos, pela igreja da Misericórdia, igreja Matriz, praia fluvial e Celeiro dos Duques de Aveiro, onde decorre a iniciativa. A abertura da festa está marcada para as 12h00 de sábado, havendo neste dia a visita guiada ao património e a cerimónia evocativa do 43.o aniversário do grupo. Para domingo está marcado um almoço regional e um encontro de concertinas.

Dificuldade está na forma de fechar a massa
«A verdadeira queijada de Pereira tem de ser feita manualmente (não em forma) e cozida em forno de lenha», revela o presidente do Grupo Folclórico de Pereira. Não há grande segredo na confecção, mas sim dificuldade. «Nem toda a gente consegue fazer a forma da queijada manualmente», diz Eduardo Roxo, convicto de que «não é de um dia para o outro que se aprende a fazer». «O segredo», revela, «está na maneira de fechar a massa com o recheio e é isto que nem todas as pessoas conseguem fazer». Depois, é fazer o recheio segundo a receita de Pereira, que combina ovos, açúcar e queijo pasteurizado na quantidade certa.

Fonte: http://www.diariocoimbra.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=1413&Itemid=135

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