quinta-feira, 16 de abril de 2009

“É mentira” que tenha havido abuso sexual

Não é verdade que uma criança da escola do 1.o ciclo de Formoselha tenha abusado sexualmente de outros colegas. «Esse comportamento nem sequer se adequa à idade da criança», disse ontem a presidente do Agrupamento de Escolas de Montemor-o-Velho, mostrando-se surpreendida e até chocada com as notícias vindas a público que não traduzem, de todo, o que se estaria a passar na escola. Ana Seiça confirma problemas com o aluno de nove anos mas nunca caso de alegada violação. «É mentira», afirma, confirmando «brincadeiras entre alunos, mas não com este teor».
A criança em causa vem de uma família «destruturada» e está a ser acompanhada por um psicólogo da APPACDM de Montemor, adiantou a presidente do agrupamento de escolas, revelando que o menino sofre de alguns problemas de agressividade e a família está referenciada e a ser acompanhada pela Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Montemor.
Notícias ontem vindas a público dão conta de casos de alegada violação pela criança de nove anos a colegas, em especial do 1.o ciclo. O menino levaria os colegas para a casa-de-banho onde consumaria o acto. «Não houve abusos sexual, nem tão pouco violação. Esta palavra nem sequer se enquadra no nível etário da criança em causa», reafirma Ana Seiça, falando em «má interpretação» por parte dos pais e encarregados de educação dos restantes alunos a quem a escola transmitiu a situação de violência por parte do aluno em causa. Ana Seiça recorda, de resto, que a escola teve uma primeira reunião, a 26 de Março, com a família do aluno e com pais e encarregados de dos seis alunos que teriam sido vítimas do menino de nove anos, para esclarecer a situação e, mais recentemente, na terça-feira, com todos os restantes pais e encarregados de educação da escola «para dar conhecimento a todos». Além disso, sublinha a responsável do agrupamento, já foram tomadas medidas: a criança está a ser acompanhada por um psicólogo e a família pela CPCJ. Paralelamente, e por uma questão de tranquilidade por parte dos pais, a vigilância na escola – que tem actualmente 27 alunos, dois professores e uma auxiliar – foi reforçada com um auxiliar para «um maior acompanhamento às crianças». «Não era necessário, mas os pais não estavam tranquilos», explica Ana Seiça.
A ter existido alguma situação anómala, ela não foi formalizada à GNR de Montemor que ontem ao Diário de Coimbra, garantiu não ter dado entrada nesta força policial qualquer queixa. No entanto, já na semana passada o Núcleo Escola Segura se deslocou ao estabelecimento, a pedido da escola, para elaborar um auto de notícia que já seguiu para o tribunal, aguardando-se pelo inquérito.
O presidente da CPCJ de Montemor, simultaneamente presidente da autarquia, mostrou-se surpreendido com a situação, afirmando, contudo, não ter conhecimento exacto do caso, visto não ter estado nas últimas reuniões. Luís Leal adiantou, no entanto, já ter pedido um dossier completo sobre a situação que deverá ser discutidana próxima reunião da comissão.
Sobre o aluno em causa, a presidente do Agrupamento de Escolas de Montemor fala numa criança «meiga, que reage impulsivamente à provocação e nas brincadeiras que tem como é mais forte reage sobre os alunos mais pequenos, torna-se agressivo, ultrapassando, por vezes, os limites».

Fonte:http://www.diariocoimbra.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=1455&Itemid=135

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