Panorama: o lugar do cinema documental

A terceira edição do Panorama - Mostra do Documentário Português, que termina este domingo, em Lisboa, afirmou-se como «momento de reflexão, pelo grande interesse do público nos filmes apresentados e participação nos debates», avalia fonte da organização.
Em declarações à Agência Lusa sobre o balanço da mostra, iniciada a 13 de Fevereiro, no Cinema São Jorge, em Lisboa, onde tem estado a decorrer com a exibição de 43 filmes, Inês Sapeta Dias, uma das programadoras do evento, concluiu que esta edição «correu significativamente melhor do que no ano passado».

Mais público

«Apesar de haver menos sessões, tivemos mais público a ver filmes e também a participar nos debates, que também contaram com uma presença mais regular de realizadores e produtores. As pessoas já perceberam que esta mostra não é um festival, mas um lugar de paragem para reflexão sobre o cinema documental», referiu, remetendo para segunda-feira a divulgação dos números finais de espectadores.
Esta terceira edição do Panorama fez uma retrospectiva dos filmes de António Campos, realizador falecido há uma década, e pouco conhecido do público, com obras como «Falamos de António Campos», de Catarina Alves Costa, que abriu o Panorama, e encerra este domingo, às 21h30, com «Histórias Selvagens», do próprio António Campos.
«É, infelizmente, um realizador bastante invisível, mas muito importante e marcante no cinema documental português», salientou Inês Sapeta Dias. Nas edições anteriores foram homenageados os realizadores Manoel de Oliveira e Paulo Rocha.

Ponto de viragem

Realizado em 1978, «Histórias Selvagens», considerado um ponto de viragem na obra do cineasta, é uma adaptação de dois contos de Passos Coelho, foi rodado essencialmente num vale ameaçado pelas cheias, e é uma crónica cinematográfica sobre o trabalhador rural na região de Montemor-o-Velho.

Fonte:http://diario.iol.pt/cinema/panorama-documentario/1044718-4059.html