quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Receitas e INEM são preocupação para os Voluntários de Montemor

Voluntários vivem momentos de alguma dificuldade, ditados por uma única razão: «falta de dinheiro», diz, taxativo, o presidente da direcção da Associação Humanitária de Montemor-o-Velho. Isso não impede que se festejem os 77 anos, «com sobriedade, mas de forma digna», diz ainda Mota Correia, que vai aproveitar a sessão solene comemorativa para alertar para um conjunto de situações.
No entender de Mota Correia impõe-se «desenhar uma estratégia para fazer face às dificuldades financeiras», resultantes do magro orçamento da corporação, que foi “abanado” com a «indemnização a funcionários, decidida judicialmente» e que obriga os Bombeiros a desembolsar quase 20 mil euros. O presidente da direcção já fez “contas à vida” e dá particular atenção às despesas fixas, com pessoal, transportes e comunicações, sublinhando a necessidade angariar receitas, seja através de novos sócios, seja pela rentabilização dos meios de assistência e transporte.
Nesta perspectiva de futuro, «procurando sempre dignificar a imagem da instituição», Mota Correia refere, ainda a necessidade de se «aprofundar o espírito de voluntariado», que ultimamente tem andado um tanto “fugidio” e dá também particular atenção à «renovação do parque de viaturas, que está velho».
Todavia, se estas são questões que o presidente considera pertinentes, particularmente relevante é, no seu entender a situação que se vive actualmente como o posto de emergência médica. Mota Correia afirma que este posto do INEM «representa um esforço superior a dois mil euros mensais para a corporação e temos sido um pouco preteridos em relação à Cruz Vermelha». Sublinhando a «maior consideração» pelas duas delegações da Cruz Vermelha que existem no concelho, o presidente da direcção dos bombeiros afirma que, «efectivamente temos sido preteridos», o que representa «um prejuízo para nós». Mota Correia explica que a «equipa que opera a ambulância é paga pela associação e às vezes passa uma noite sem prestar qualquer serviço, enquanto a Cruz Vermelha presta dois ou três».
A situação é esta, no entender do presidente da direcção, que faz questão de, na sessão solene de amanhã, chamar a atenção para a questão. «Não quero problemas com ninguém, nem quero criar conflitos, só quero chamar a atenção de alguém de direito para que isso não acontece e seja dado “o seu a seu dono”», remata.
Formação é fundamental
Por seu turno, Morais Jorge, comandante da corporação dos Voluntários de Montemor, vai centrar a sua intervenção numa questão que considera fundamental para um bom serviço de socorro: a formação. «Continuamos sem possibilidade de dar formação», afirma, explicando que, de acordo com a lei, a instrução é dada pelos comandantes dos bombeiros, mas a formação é da exclusiva responsabilidade e competência da Escola Nacional de Bombeiros. Só que, refere, «a escola não tem capacidade para dar formação em tempo útil a todos os corpos de bombeiros do país».
Uma constatação de facto que leva o comandante a avançar com uma sugestão, no sentido de, «ao nível do distrito, fazer-se um centro de formação, com formadores credenciados, que temos, que assumiria a responsabilidade da formação a todo o universo de bombeiros do distrito». Esta seria, para Morais Jorge, uma solução simples para um problema complicado, hoje em dia, uma vez que, para além da falta de capacidade da escola, também não é razoável os bombeiros deslocarem-se, em horário pós-laboral, a Sintra para receberem essa mesma formação.

Condecorações e medalhas reconhecem bons serviços

As comemorações dos 77 anos dos Bombeiros Voluntários de Montemor começam hoje, com uma salva de 21 tiros, às 7h00, seguindo-se, pelas 8h45, a cerimónia de hastear da Bandeira, com formatura do corpo de bombeiros. Às 19h00 assiste-se ao arrear da Bandeira, novamente com formatura geral.
Amanhã as comemorações continuam, com a formatura geral e hastear das bandeiras, pelas 9h00, seguindo-se a romagem aos cemitérios e missa de acção de graças, na Igreja dos Anjos, pelas 12h00. As cerimónias prosseguem à tarde, pelas 16h00, com formatura geral e recepção às entidades convidadas e, meia hora mais tarde, são entregues as condecorações aos bombeiros que cumpriram cinco, 10 e 15 anos de serviço. Uma oportunidade, ainda para homenagear dois elementos da corporação, que vão receber a Medalha de Serviços Distintos, atribuída pela Liga de Bombeiros Portugueses, e ingressar no quadro de honra da corporação.
Para as 17h00 está prevista a inauguração de uma viatura de transporte múltiplo. Trata-se de uma ambulância que permite o transporte normal de doentes, mas também de pessoas com cadeira de rodas, viatura que já está ao serviço da corporação há três ou quatro meses, mas que ainda não tinha sido oficialmente inaugurada. Finalmente, a encerrar os festejos de aniversário, está a sessão solene, cujo início está previsto para as 17h30.

Fonte:http://www.diariocoimbra.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=800&Itemid=135

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