segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

"ruas de cultura"

Montemor assume criatividade como factor de desenvolvimento

Atrair artistas e criativos, desenvolver novos talentos e mostrar uma nova dinâmica, social, empresarial e cultural é o mais recente desafio da Câmara de Montemor. Primeiros passos começaram a ser dados com a criação da Rede Economias da Criatividade (REC) e os projectos deverão avançar, no terreno, no final do ano. Em perspectiva está um investimento para Montemor que ronda os dois milhões de euros.
A associação gestora da REC foi oficialmente constituída no passado dia 13, em Óbidos, e o objectivo é, até 2013, desenvolver um conjunto de projectos no valor de nove milhões de euros, que englobam os municípios de Óbidos, Guimarães, Montemor-
-o-Velho, Tondela, Montemor-o-Novo, Seia e a Fundação Bissaya Barreto. Uma rede que assenta em três pilares fundamentais, contemplando a criatividade e empreendedorismo, indústria criativa e educação.
O objectivo, sublinha o presidente da Câmara de Montemor, é criar as condições para que a criatividade possa ter, neste espaço territorial, capacidade para captar criativos nas mais diferentes áreas». Luís Leal esclarece que a REC contempla um conjunto de acções transversais e comuns e outras especificamente destinadas a cada um dos territórios. E é sobre esta componente mais específica que o presidente da autarquia fala com notória satisfação, uma vez que se trata de uma grande aposta que começa agora a ganhar forma em Montemor.
Como parceiros, a Câmara de Montemor tem a Fundação Bissaya Barreto, a Universidade de Coimbra, nomeadamente através dos departamentos mais ligados às áreas tecnológica e informática, esclarece Luís Leal. Parceira é, também, a Universidade de Aveiro, nas áreas de arte e design, bem como a Direcção Regional da Cultura do Centro e o CEARTE, aos quais se juntam um conjunto de parceiros privados, como seja o CITEC, Teatro dos Castelos, entre outros.
“Ruas de Cultura”, assim se denomina o projecto que Montemor-o-Velho pretende concretizar e que prevê, esclarece Luís Leal, «criar condições para atrair e fixar criativos, bem como permitir a criação de ateliers, ligados quer às artes performativas mais clássicas, quer àquelas mais apostadas na inovação e nas tecnologias». O autarca sublinha a importância, no quadro do projecto, das residências artísticas e, meio a brincar, meio a sério, afirma que Montemor já tem «residências desportivas», nomeadamente na área da canoagem e do triatlo e, em breve, avança a natação e vai começar agora a investir fortemente na criação das residências artísticas.

Programa arranca no final do ano
O investimento previsto aponta para cerca de 1,5 milhões de euros e destina-se a intervencionar diversos espaços da vila, num quadro de requalificação urbana e valorização artística e cultural, que inclui a criação de um centro nacional de recursos artísticos, uma incubadora para indústrias criativas de base tecnológica, ateliers e residências artísticas e ainda uma sala estúdio.
Para além dos cerca de 1,5 milhões de euros direccionados para estruturas físicas e de investigação, Luís Leal aponta ainda mais cerca de 400 mil euros destinados a acções transversais e complementares, o que representa, faz notar, uma pacote «de cerca de dois milhões de euros, que deverá ter uma comparticipação de 80 por cento».
O arranque do projecto, explica ainda o presidente da autarquia de Montemor, irá acontecer ainda este ano, estando a Câmara de Montemor já a preparar os programas, com o objectivo de avançar para o lançamento dos respectivos concursos, previstos de acordo com Leal, para Dezembro deste ano ou Janeiro do próximo ano. «Temos três anos para finalizar o programa», remata o edil de Montemor.
Luís Leal refere ainda o facto de a REC, na componente intermunicipal, prever um conjunto de investimentos em que a criatividade e a inovação estão particularmente dirigidas às escolas, e aponta, como exemplo, a criação de «um sistema audiovisual comum às escolas dos diferentes municípios». Em última análise trata-se de uma rede de televisão, com conteúdos elaborados pelos alunos das escolas dos diferentes concelhos.
Para breve, mas ainda sem data marcada, está previsto o protocolo com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, no sentido de assegurar a transferência da comparticipação financeira, através de verbas do FEDER.

Diferentes redes com objectivos complementares
Se a Rede Economias da Criatividade começa a “caminhar” em Montemor, outra estrutura de rede, também ela envolvendo vários municípios está a tomar forma, desta feita com o objectivo de potenciar os castelos e muralhas do Mondego. Trata-se de um projecto liderado pelo município de Penela e que vai permitir, em Montemor, proceder à requalificação da zona histórica, particularmente do castelo e espaço envolvente, zonas que também assumem uma especial relevância relativamente à rede criativa, configurando-se como projectos que Luís Leal qualifica como, de alguma forma, complementares.

Escrito por Manuela Ventura
http://www.diariocoimbra.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=10899&Itemid=135

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