terça-feira, 11 de maio de 2010

Repsol desiste de contrato de investimento com Estado e perde 41 milhões

Depois de um ano de indefinição, ficou claro que o projecto da Repsol para uma nova unidade química em Sines, onde já opera a ex-Borealis, não vai avançar, pelo menos no horizonte contratado com o Estado português.

Na última assembleia-geral da petrolífera espanhola, em Abril, ficou claro que o investimento de 750 milhões de euros em Portugal, o maior projecto industrial estrangeiro previsto para Portugal em muitos anos, estava fora do plano estratégico da empresa até 2014. O projecto está em reavaliação, diz fonte oficial da Repsol e, apesar de continuar a ser estratégico, aguarda por uma conjuntura internacional mais favorável. A consequência foi a desistência do contrato assinado com o Estado português em 2007 e ao abrigo do qual tinha sido concedido um incentivo do QREN (Quadro de Referência Estratégica Nacional) de 41,250 milhões de euros. Isso mesmo confirmou ao i, o gestor do QREN, Nelson de Souza. O contrato foi anulado porque o promotor não confirmou o desenvolvimento do investimento nos prazos e termos contratados com o Estado.
Segundo Nelson de Souza não houve denúncia de contrato porque não se chegou a fazer pagamentos de fundos. Segundo fonte oficial da AICEP (agência para o investimento), a empresa comunicou que precisava de prazos mais alargados para a execução e optou por apresentar em momento oportuno nova candidatura a incentivos fiscais e financeiros.
O mesmo poderá acontecer ao segundo maior investimento estrangeiro, no valor de 355 milhões de euros, contratado também na área química. As obras da unidade da Artenius do grupo La Seda pararam no ano passado por falta de financiamento e o gestor do QREN aguarda a sua retoma, até porque a Caixa está envolvida neste projecto. Mas não pode esperar para sempre.
O projecto de Repsol não é o único PIN (projecto de interesse nacional) contratado com o Estado a ser retirado do QREN. Os investimentos da Agni, de 52 milhões de euros, e da Itarion Solar (Qimonda) de 75 milhões de euros, também desapareceram da lista. O grupo malaio ia construir uma fábrica de pilhas de combustível em Montemor-o-Velho, mas a casa-mãe entrou em insolvência. Problema semelhante ocorreu com a ex-Qimonda Solar, cujo processo de recuperação da casa-mãe passou pela paragem de produção e pela forte redução de efectivos, comprometendo a fábrica de células fotovoltaicas. Os dois projectos tinham incentivos de 40 milhões de euros. À medida que o nível de comprometimento de fundos aumenta, é necessário fazer "uma limpeza" dos projectos parados para libertar apoios para outros investimentos, explicou Nelson de Souza.

Fonte: http://www.ionline.pt/conteudo/58561-sines-repsol-desiste-contrato-investimento-com-estado-e-perde-41-milhoes

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