terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Fernão Mendes Pinto inspira debate

“As Religiões – Fraternidade e conflito” constitui o mote para a segunda conferência integrada no âmbito das comemorações dos 500 anos do nascimento de Fernão Mendes Pinto. “Que o mar fosse tinta e o céu papel” foi a designação atribuída ao ciclo de conferências, que começou no passado dia 14 de Janeiro, numa organização que juntou a Câmara Municipal de Montemor-o-Velho, a Direcção Regional da Cultura do Centro e o Teatrão. O próximo encontro está marcado para a noite de quinta-feira e tem como convidados José Manuel Leite, José Luís Ferreira e João Maria André.
Depois de uma primeira sessão centrada no tema “Literatura, Viagens, Literatura como viagem”, as atenções centram-se agora na temática religiosa, tendo sempre como pano de fundo a leitura de “A Peregrinação”. Quinta-feira, na Biblioteca Municipal de Montemor-o-Velho, a partir das 21h00, “embarca-se” numa viagem rumo à conturbada época em que viveu Fernão Mendes Pinto.
Com efeito, em pleno século XVI viveram-se um conjunto de factos e momentos decisivos, quer na história universal, quer na de Portugal. Se foi o tempo das descobertas, onde os portugueses assumiram um papel preponderante, dando novos mundos ao mundo, também foi o tempo da Reforma e da Contra-reforma, sem esquecer o Concílio de Trento. «As diferentes implicações que estes factos determinaram na vida social da época, mas sobretudo na religião e o papel desempenhado pelos descobrimentos na expansão da fé e do império serão o tema desta sessão», refere a organização. O objectivo é, adianta ainda, que «cada convidado faça a sua abordagem do tema “As religiões – Fraternidade e Conflito”, partindo de perspectivas diferentes, que permitam um “olhar” atento e crítico sobre questões como a reforma protestante do século XVI, os cristãos na Índia, a Inquisição portuguesa, sem esquecer figuras como S. Francisco Xavier ou Inácio de Loyola, o papel da Companhia de Jesus, a carreira da Índia ou a evangelização do Brasil e do Oriente.

Três oradores, três visões

E os oradores convidados prometem, logo à partida, pelo respectivo perfil e formação, uma visão diferente e uma interpretação peculiar destas realidades do tempo de Fernão Mendes Pinto. Com efeito, a organização convidou João Maria André, catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, é especialista em Filosofia do Renascimento e rege a “cadeira” de Filosofia Moderna, para além de ter vários trabalhos centrados no Renascimento, nas Descobertas e na ciência do século XVI.
José Luís Ferreira é outro dos oradores. Padre católico da Congregação dos Missionários do Preciosíssimo Sangue, licenciado em Teologia pela Universidade Pontifícia de Salamanca, é pároco em diversas freguesias do concelho de Montemor e director provincial da Congregação dos Missionários do Preciosíssimo Sangue em Portugal, Espanha e Guiné-Bissau.
José Manuel Leite é o terceiro convidado da noite e também ele um homem da igreja. Pastor da Igreja Evangélica Presbiteriana, tem um longo curriculum, que inclui o facto de ter sido presidente da Câmara da Figueira da Foz, entre 1976 e 1980. Foi o responsável pela organização da I Assembleia Ecuménica Europeia, realizada em 1989, em Basileia; representa o Conselho Mundial de Igrejas na Comissão dos Direitos Humanos da ONU e é actualmente presidente do Sínodo da Igreja Presbiteriana em Portugal, mantendo uma forte relação à Figueira da Foz e Montemor.
O ciclo de conferências “Que o mar fosse tinta e o céu papel” continua depois em Março, desta feita com um debate dedicado ao tema “Mulheres”, com a presença de Margarida Calafate Ribeiro, Ana Paula Laborinho e Fina d ´Armada.

Fonte: http://www.diariocoimbra.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=6151&Itemid=135

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