sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Tri­bu­nal jul­ga 12 jovens por tráfico de droga

Uma dúzia de jovens, onde se inclu­em duas mulhe­res, está a ser jul­ga­da no Tri­bu­nal Judi­cial de Mon­te­mor-o-Velho por, ale­ga­da­men­te per­ten­cer, com dife­ren­tes graus de inter­ven­ção, a uma rede que se dedi­ca­va à ven­da de dro­ga na regi­ão.
Os núme­ros do pro­ces­so impres­sio­nam tan­to como o intrin­ca­do nove­lo que a acu­sa­ção, que demo­rou vári­as horas ler, pre­ten­de desen­ro­lar, nas suas vári­as ver­ten­tes, com o objec­ti­vo de des­lin­dar as nuan­ces da par­ti­ci­pa­ção de cada um dos argui­dos nes­te negó­cio de ven­da de dro­ga.
Des­de logo, são 12 argui­dos (um fal­tou) e res­pec­ti­vos defen­so­res, que não cou­be­ram no espa­ço que lhes é des­ti­na­do, haven­do neces­si­da­de de pedir mais cadei­ras. Por outro, regis­ta-se o ele­va­do núme­ro de tes­te­mu­nhas, mais de cin­co deze­nas, sen­do tam­bém enor­me a quan­ti­da­de de escu­tas que será pre­ci­so veri­fi­car, alvi­tran­do alguns magis­tra­dos que o jul­ga­men­to venha a ultra­pas­sar as 10 ses­sões.
Em toda a acu­sa­ção, o fac­tor comum é o nome do argui­do A. P., que foi deti­do em 7 de Julho de 2007, e, actu­al­men­te, em pri­são pre­ven­ti­va, apon­ta­do estan­do na ori­gem da rede cri­mi­no­sa, de que assu­mi­ria a lide­ran­ça.
De acor­do com o Minis­té­rio Públi­co, o indi­ví­duo, resi­den­te em Gatões, Mon­te­mor-o-Velho, dedi­ca­va-se à ven­da de dro­ga, nome­a­da­men­te haxi­xe, pólen de haxi­xe e ecstasy, des­de 2005, usan­do como méto­do para ilu­dir as auto­ri­da­des o fac­to de não tele­fo­nar aos cli­en­tes, optan­do por dei­xar o seu núme­ro para que fos­sem estes a con­tac­tá-lo, o que acon­te­ceu algu­mas vezes tam­bém atra­vés da Inter­net.
Mais tar­de, supos­ta­men­te para aumen­tar o volu­me de negó­cio, come­çou ele a ligar aos com­pra­do­res, encon­tran­do-se depois em loca­is com­bi­na­dos para as tran­sac­ções. Ao fim-de-sema­na, o indi­ví­duo fre­quen­ta­va dis­co­te­cas da regi­ão (em loca­li­da­des como Figuei­ra da Foz, Coim­bra e Lei­ria), assim como fes­tas “tec­no”.
Pro­gres­si­va­men­te, segun­do a acu­sa­ção, foi “pas­san­do” a ven­da da dro­ga a dois outros argui­dos, que agi­am às suas ordens, um dos qua­is fre­quen­ta­va a Esco­la Secun­dá­ria de Mon­te­mor-o-Velho, onde fez negó­cio por vári­as vezes.
Ali­ás, um dos aspec­tos nota­dos na lei­tu­ra da acu­sa­ção, foi o fac­to de mui­tos dos cli­en­tes serem meno­res, um dos qua­is com ape­nas 14 anos à data dos fac­tos.
A rede alar­gou, e um outro argui­do, habi­tu­al con­su­mi­dor de haxi­xe, pas­sou a fazer de moto­ris­ta ao cabe­ci­lha, levan­do-o aos três pon­tos de abas­te­ci­men­to, nome­a­da­men­te Figuei­ra da Foz, Coim­bra e Mea­lha­da.
Tam­bém acu­sa­da está a na­mo­ra­da de A. P., que «sabia o que ele fazia», e che­gou a tran­spor­tá--lo à Figuei­ra da Foz, onde este se abas­te­ceu jun­to de J. R., que, por sua vez, man­ti­nha tam­bém uma segun­da rede, onde par­ti­ci­pa­va a outra mulher argui­da, que, inclu­si­va­men­te, ven­dia em casa.
A par­tir daqui, o Minis­té­rio Públi­co, atra­vés das escu­tas tele­fó­ni­cas, foi desen­ro­lan­do o nove­lo, iden­ti­fi­can­do um outro “gros­sis­ta”, o argui­do que ontem fal­tou, que ven­dia a par­tir de Coim­bra o que obti­nha em Lis­boa ou Por­to, «dan­do pre­fe­rên­cia a enco­men­das mai­o­res», refe­re a acu­sa­ção.
É tam­bém acu­sa­do um outro jovem que se dedi­ca­va à ven­da na zona da Pra­ça da Repú­bli­ca, em Coim­bra, e que che­gou a suprir as neces­si­da­des de abas­te­ci­men­to de A. P., sen­do argui­do um outro cli­en­te que terá tam­bém com­pra­do quan­ti­da­des rele­van­tes.
Tra­ta-se de um con­jun­to intrin­ca­do de negó­ci­os de co­mér­cio de estu­pe­fa­cien­tes, des­co­ber­to atra­vés de uma ope­ra­ção de vigi­lân­cia, ini­ci­a­da em Mon­te­mor-o-Velho e que viria cul­mi­nar com deten­ções, a 7 de Julho de 2007, na sequên­cia do cum­pri­men­to de 11 man­da­dos de bus­ca domi­ci­liá­ria, que se esten­de­ram a Coim­bra e Con­dei­xa-a-Nova.
Na altu­ra, a Guar­da Naci­o­nal Repu­bli­ca­na apre­en­deu 1.326 doses de haxi­xe, oito “bolo­tas” do mes­mo pro­du­to e 111 pas­ti­lhas de ecstazy, assim como mate­ri­al para cor­te da dro­ga, 20 tele­mó­veis, uma pis­to­la de alar­me, uma cara­bi­na de ar com­pri­mi­do, uma via­tu­ra ligei­ra, um com­pu­ta­dor por­tá­til e 2.305,22 euros.

Fonte:http://www.diariocoimbra.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=688&Itemid=135

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