sexta-feira, 1 de abril de 2011

Montemor-o-Velho valoriza arroz carolino e lampreia

Sabores do Baixo Mondego, com base no arroz, na lampreia e na doçaria conventual dão o mote para mais um festival que tem por base a trilogia desporto, cultura e ambiente O 9.o Festival do Arroz e da Lampreia é inaugurado hoje em Montemor-o-Velho. Mais uma vez, o município apostou numa estratégia de divulgação de produtos endógenos da região, desde o arroz, a lampreia e a doçaria conventual para, de uma forma criativa, chamar visitantes que também terão oportunidade de conhecer o património cultural do concelho. Pela primeira vez, o festival realiza-se no Centro de Alto Rendimento de Desportos Náuticos, local considerado ideal pois «é uma forma de aproveitar os recursos existentes no concelho, reduzindo custos», mas também «dá a possibilidade aos munícipes de conhecer uma infraestrutura que é multifuncional», referiu Alexandra Ferreira, vereadora da Cultura e da Acção Social da Câmara Municipal de Montemor-o-Velho. Paralelamente, durante o período em que decorre o festival, nos fins-de-semana de 1,2 e 3 de Abril e 8, 9 e 10, os visitantes têm oportunidade de se deslumbrar com a paisagem do Baixo Mondego, onde se cultiva o arroz carolino que tem vindo a ganhar notoriedade pela sua inegável qualidade, além de poderem assistir a algumas provas desportivas, como os campeonatos nacionais de duatlo, remo e pesca desportiva. Além de ser possível saborear vários pratos típicos da região, a maioria deles têm por base o arroz. Assim, o arroz de lampreia, arroz de sarrabulho, arroz de pato e arroz doce não vão faltar, tal como os doces conventuais, com destaque para os pastéis de Tentúgal, a queijadinha de Pereira e a espiga de milho de Montemor-o-Velho. Além das vertentes que decorrem no Centro de Alto Rendimento de Desportos Náuticos, com o sector das Tasquinhas, cada uma delas assegurada pelas diferentes associações culturais e recreativas do concelho e alguns restaurantes, está presente também o sector dos Antepastos e Repastos, Doces, Salgados e Licores, além de um espaço infantil, que assume o nome de “A invasão dos Traquinas” e cuja animação está a cargo da Associação Diogo de Azambuja, além do sector dos Produtos da Nossa Terra, em que asumem particular importância o Arroz de Ereira, a Cooperativa Agrícola do Concelho de Montemor-o-Velho e a Associação Diogo da Azambuja. O festival acolhe ainda a participação de algumas instituições do concelho, provas de vinhos e o Espaço Autores Locais, que conta com sessão de autógrafos com a escritora Lurdes Breda e o ilustrador André Caetano. Ao longo de toda a semana e até ao dia 10, os 17 restaurantes aderentes, distribuídos pelo concelho de Montemor-o-Velho, servem pratos confeccionados com arroz e lampreia. Arroz dá o mote para gastronomia criativa

Os chefes Hélio Loureiro e Luís Lavrador, acompanhado pelos alunos da Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra, Ivo Loureiro e Marco Gomes, participam no Show Cooking. Trata-se de um desafio lançado aos chefes cozinheiros para apresentar novas tendências gastronómicas, tendo o arroz e a lampreia como ingredientes base, e que consigam cativar mais adeptos para estes produtos endógenos. Os visitantes terão oportunidade de apreciar a criatividade e a capacidade de inovação dos chefes convidados, durante as tardes de fim-de-semana, que coincidem com o festival. Uma nova perspectiva do mundo rural

Para Luís Leal, presidente da Câmara Municipal de Montemor-o-Velho, quando se chega à 9.a edição de um festival que promove produtos da região e dá a conhecer as riquezas culturais, patrimoniais e paisagísticas, «o desafio que se nos coloca é elevar a qualidade do festival, manter a notoriedade do concelho, através de uma divulgação das suas potencialidades». Nesse sentido, além de todo o programa, já referido, o festival acolhe a 1.a Conferência Europeia do Baixo Mondego subordinada ao tema da Competitividade e Inovação em Meio Rural. Trata-se de uma conferência que conta com a participação de várias personalidades que lançam o desafio à reflexão sobre as vicissitudes do mundo rural e as perspectivas para uma dinâmica diferente no século XXI. Luís Leal, presidente da Câmara Municipal de Montemor-o-Velho, referiu que se trata de uma reflexão «deveras importante», tendo em conta a ruralidade do concelho. «É preciso que se encare o mundo rural numa perspectiva de potenciação das suas singularidades, tendo em conta a divulgação dos seus produtos». O autarca deu como exemplo o arroz carolino que, «desde a produção ao consumo, consegue criar uma fileira agro-alimentar da maior importância para o concelho, pois é geradora de riqueza». Daí a premência da sua divulgação de modo a captar mais defensores deste produto do Baixo Mondego. Esta conferência, que se realiza no dia 8 de Abril, às 16h00, nos Paços do Município de Montemor-o-Velho, conta com a presença de António Serrano, ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, de Benigno Garrido Marcos, da Junta de Castilla y Leon, que vem partilhar experiências de desenvolvimento do mundo rural, tal como Jack Soifer, um norueguês que considera o mundo rural como um nicho de mercado por explorar. A conferência tem ainda a participação de João Machado, da Confederação de Agricultura de Portugal, de Arlindo Cunha, da Comissão Vitivinícola da Região do Dão, e de Rui Tomás, da Blue Earth. Escrito por Rosette Marques http://www.diariocoimbra.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=12063&Itemid=135

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