segunda-feira, 30 de agosto de 2010

atleta do Carapinheirense

Alexandre Guerra sagrou-se campeão do mundo de pesca

Foi em Roncoferraro, na Itália, que a Selecção Nacional de Juniores de pesca escreveu mais uma página de ouro da modalidade. Mesmo não tendo a expressão de outros desportos, a pesca tem conseguido, ao longo dos tempos, resultados dignos de registo.
O ano de 2010 entra nesses registos de maior destaque, uma vez que a equipa júnior lusa arrebatou o ouro em pleno solo transalpino. Alexandre Duarte Guerra é atleta do Carapinheirense e está entre os heróis de Roncoferraro, juntamente com Diogo Ferreira, Carlos Silva, Rita Alexandra e Fábio Figueiredo. Estes jovens, sob orientação do seleccionador nacional Luís Franco - «uma pessoa cinco estrelas e que faz um grande trabalho» -, fizeram pela vida diante de feroz concorrência e levaram Portugal ao lugar maior do pódio.
Alexandre Guerra tem 17 anos e garantiu com muito mérito a presença na comitiva que esteve em Itália ao serviço da Selecção Nacional. «Por época temos seis provas no campeonato nacional e os cinco melhores representam Portugal no campeonato mundo do ano seguinte», começou por explicar o jovem que foi campeão nacional de juniores no ano passado. Um título que se juntou a outro que já tinha no currículo, o de campeão nacional de pesca no escalão de juvenis.
No capítulo interno, esta época «já decorreram duas provas e estou em segundo, mas ainda faltam quatro provas», acautelou. O jovem do concelho de Montemor-o-Velho quer «renovar o título», garantindo que «farei tudo o que estiver ao meu alcance para o conseguir».
Uma boa prestação em Portugal vai garantir-lhe uma vaga na turma das “quinas”, algo que motiva sobremaneira este amante da pesca desportiva.

Adaptação rápida
«No estrangeiro não temos as mesmas hipóteses de competir de igual para igual do que quando pescamos em Portugal, logo a começar pelas espécies de peixes que são diferentes», explicou Alexandre Guerra. Assim sendo, quando se pesca em “águas alheias” exige-se uma adaptação rápida. «Quando lá chegámos tivemos uma semana para nos adaptarmos e até falámos com outros atletas de outros países que nos vão dando umas dicas, mas não abrem o jogo todo o que é natural», revelou.
A exigência da competição incide no individual, mas há estratégias de grupo que podem sempre ser afinadas. «Na Selecção Nacional o nosso grupo é muito unido e dialogamos muito depois das provas, damos conselhos uns aos outros e falamos das nossas experiências, é uma estratégia de grupo que temos», disse Alexandre Guerra que na prova transalpina conseguiu um terceiro e um sexto lugar. «Quando vamos a um país que não conhecemos estes resultados são óptimos, mas procuramos fazer sempre melhor», frisou.
A medalha de ouro foi motivo de satisfação para a equipa e para a própria Federação Portuguesa de Pesca que recebeu ainda um prémio monetário pela conquista. «A nossa Federação tem passado por algumas dificuldades, ao contrário de outras, mas não nos faltam com nada. Para além da vitória, conseguimos um prémio que já garantiu a presença das nossas selecções de juvenis, juniores e esperanças no próximo mundial o que é óptimo», enalteceu.
No regresso a casa, o feito passou ao lado da maioria das pessoas. «As felicitações vieram dos pais e pouco mais, muitos não vão apoiar-nos porque a pesca não é muito divulgada», lembrando de seguida que «as pessoas vibram muito com o futebol, mas felizmente que se começa já a ver outros desportos a terem algum destaque».
Montemor-o-Velho é um bom exemplo disso. «Aqui vêem-se todas as modalidades, futebol, basquetebol, remo, canoagem, pesca e o presidente da Câmara Municipal tem apoiado todos».

Os apoios, os amigos e o pai
Quem quer fazer uma aposta séria na modalidade tem de ter recursos financeiros e… tempo. «Já aconteceu ter de faltar à escola para ter de treinar e os meus colegas não compreendiam. Um dia convidei-os para me acompanharem e ficaram admirados só por demorar duas horas a preparar todo o material que é necessário», recordou.
Em termos financeiros a aposta também é forte. «Um fim-de-semana de pesca pode custar até 700 euros, mas também procuramos dar o melhor em cada prova», ressalvou. O jovem atleta lembra então quem o tem apoiado. «Tenho a sorte de ter o pai que tenho e que consegue ajudar-me a participar em todas as provas e permite-me muitas vezes que vá antes da competição para conhecer melhor o local. Ele apoia-me em tudo e isso é muito importante», destacou.
Para além da família, Alexandre Guerra lembra que tem «um clube que me apoia em tudo» e um patrocínio da Trabucco que «é importante não só por ter acesso a material mais económico, mas também pela ajuda que os responsáveis, Mário Batista e Mário Barros, me dão através da experiência que têm».
Em hora de distribuir os louros da conquista do título mundial, este pescador desportivo lembrou António Pardal - «um senhor que me apoiou bastante e que me fez crescer na pesca» - e Vítor Rosa - «o meu treinador em 2007 quando fui ao meu primeiro campeonato do mundo na República Checa e que me tem apoiado nestes anos», concluiu.

Escrito por Ricardo Ferreira Santos
In http://www.diariocoimbra.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=8763&Itemid=135

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