terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Fernão Mendes Pinto iniciou Peregrinação

“A homenagem a Fernão Mendes Pinto não é um acto isolado”. Palavras do presidente da Câmara Municipal de Montemor-o-Velho, Luís Leal, na sessão que marcou o arranque das comemorações do V centenário do nascimento do viajante “nado e criado em Montemor-o-Velho até à idade de 10 ou 12 anos, na estreiteza casa de seus pais”. O edil afiançou que “esta homenagem faz parte de um programa cultural que tem vindo a ser desenvolvido nos últimos anos, dando destaque a grandes montemorenses que ultrapassaram as fronteiras do nosso território, nomeadamente Afonso Duarte, Manuel de Macedo e Manuel Jardim”. “Sem cultura não temos desenvolvimento e que sem memória não temos conhecimento”, enfatizou o autarca, reiterando palavras de agradecimento e entusiasmo a todas as entidades e parceiros envolvidos no programa nacional e internacional dedicado a Fernão Mendes Pinto.
A abertura oficial da iniciativa teve lugar dia 14 de Janeiro, na Biblioteca Municipal Afonso Duarte, em Montemor-o-Velho, com Gonçalo Cadilhe e Vasco Graça Moura a abrirem o ciclo de conferências “Que o mar fosse tinta e o céu papel”, perante uma plateia numerosa, entusiasta e ávida em obter conhecimentos literários e aspectos culturais.
Moderada por Deolindo Pessoa, a primeira sessão do ciclo de conferências, girando à volta do tema “Literatura, Viagens, Literatura Como Viagem”, começou com Vasco Graça Moura a referir que “sem Cultura não há democracia”. O orador, partindo de uma abordagem aos clássicos da literatura – Ilíada, Odisseia e os Lusíadas – esboçou “a viagem das ideias e a sua transmissão”.
Para o conferencista “a revolução das novas tecnologias permitiu eliminar o tempo da transmissão das ideias”, fazendo com que “estas possam estar em simultâneo nos quatro cantos do mundo”.
A par desta “ubiquidade das ideias”, Vasco Graça Moura considerou ainda que o “politicamente correcto”, “a distorção e a pirataria” são alguns dos perigos que atingem a viagem das ideias. Sublinhou ainda o valor de Fernão Mendes Pinto, como um “um grande artista da língua portuguesa”, que evidenciou “uma forte capacidade de expressão”.
Gonçalo Cadilhe, de forma divertida, começou por dizer que “tenho viajado um pouco acima da média daquilo que se viaja em Portugal”, explicando que “desde a sua infância, revisitou os locais, os livros, as personagens e os autores que lhe permitem desenvolver a actividade profissional em torno do jornalismo de viagens”.
Aludindo ao processo de “como a pesquisa e a actividade de leitor conduz a um novo projecto e a uma nova viagem”, o conferencista salientou que “o próximo projecto vai estar relacionado com Fernão Mendes Pinto”.
Um participado debate entre a audiência e os conferencistas encerrou a primeira sessão do ciclo de conferências “Que o mar fosse tinta e o céu papel”. Este ciclo de conferências, com organização da Câmara Municipal de Montemor-o-Velho, d’“O Teatrão” e da Direcção Regional da Cultura do Centro do Ministério da Cultura, volta no dia 11 de Fevereiro, pelas 21h00. Tendo sempre como pano de fundo a obra de Fernão Mendes Pinto, na segunda sessão, o tema “As Religiões/ Fraternidade e Conflito” será abordado por José Manuel Leite, José Luís Ferreira e João Maria André.
“As Mulheres” é o tema a escalpelizar por Margarida Calafate Ribeiro, Ana Paula Laborinho, Fina d’ Armada, dia 11de Março; Fernando Ramos, Ana Leonor Pereira, João Rui Pita falarão sobre “Drogas e Coisas Medicinais”, em Abril; a 13 de Maio, “O Mundo e Os Outros” será apresentado por Fernando Nobre e Cláudio Torres e, a 6 de Outubro, o tema “O Mundo e Os Outros” está a cargo de Jorge Sampaio e António Pinto Ribeiro.

Aldo Aveiro
In Correio de Coimbra
Fonte e foto: http://www.amicor.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=2600:montemor-fernao-mendes-pinto-iniciou-peregrinacao&catid=64:regioes&Itemid=81

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