quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

"declaração por coimbra"

Movimento político contra co-incineração a crescer

Responsáveis da “Declaração de Coimbra” já estão a reunir com deputados de todos os partidos, à procura de um consenso que permita travar, no Parlamento, a co-incineração de Souselas

A luta contra a co-incineração de resíduos perigosos na cimenteira de Souselas está a ganhar novos contornos políticos. Os autores e apoiantes da “Declaração de Coimbra” estão actualmente a reunir com os deputados eleitos pelo distrito, procurando criar as condições necessárias para que a co-incineração seja travada por decisão da Assembleia da República.
«Estamos a fazer o nosso trabalho de casa e os contactos estão a progredir bem. O nosso objectivo final é que todos os partidos votem, no Parlamento, uma declaração que suspenda a co-incineração», afirmou Maló de Abreu, que, recorde-se, apresentou o documento na Assembleia Municipal, tendo o texto sido aprovado por 40 deputados de diferentes partidos.
Ontem os responsáveis reuniram com o deputado eleito pelo CDS, Serpa Oliva. «Na próxima segunda-feira, às 12h00, vamos reunir com os deputados do PSD eleitos pelo círculo de Coimbra e, no mesmo dia, mas à noite, há uma reunião com todos os deputados eleitos pelo distrito de Coimbra», explicou Maló de Abreu, líder da bancada da coligação “Por Coimbra” na Assembleia Municipal.
O responsável quer aproveitar «o facto de o Partido Socialista não ter a maioria na Assembleia da República» para vencer a batalha política, mas não abdica de procurar um consenso com os deputados de Coimbra eleitos por outros partidos que não a coligação PSD/CDS/PPM. «Naturalmente que vamos estar com a CDU, o Bloco de Esquerda e os Verdes. Com certeza que será um pouco mais difícil sensibilizar os deputados do PS, mas é claro que vamos tentar», concluiu Maló de Abreu.
Após a reunião com a direcção da bancada da coligação “Por Coimbra”, em maioria na Assembleia Municipal, Serpa Oliva denunciou que as matérias que estão a ser co-incineradas estão fora de controlo, bem como os respectivos circuitos, pelo que «é preciso suspender o processo», havendo a intenção do CDS de avançar esta semana com uma iniciativa parlamentar para suspender o processo.
«Depois de regulamentado todo o processo e se decidir quais são os resíduos perigosos para queima, pode então pensar-se num local para co-incinerar as matérias para as quais os Centros Integrados de Recuperação, Valorização e Eliminação de Resíduos Perigosos (CIRVER) não tenham resposta», defendeu.
O movimento político coimbrão em torno da luta contra a co-incineração renasceu com a “Declaração de Coimbra”, um documento aprovado na última Assembleia Municipal, onde os responsáveis políticos se mostram «preocupados com a saúde pública» da população. «A Assembleia Municipal de Coimbra defende uma estratégia integrada que pressupõe o tratamento destes resíduos através dos CIRVER, ficando garantido que apenas o que não tiver tratamento neste âmbito seja eliminado eventualmente através do processo de co-incineração», lê-se no documento, onde a Assembleia Municipal se compromete a «envidar todos os esforços para que a Assembleia da República suspenda o processo de co-incineração».

Escrito por Bruno Vicente
In http://www.diariocoimbra.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=5613&Itemid=135
Foto: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFhPZqKwnnT2l3hNiXhvyyTDgTKPRSChe0OWzDUJpl1kdJ7M10dI6TQQo3FDdk5rkgMP4BLUb6N35uKaZ0zWpnKXcvxzQZczAYJ7sWThXheU67DDhXF2q9S_iZl49wIkw4V1UsG_GM6W4/s400/Souselas.jpg

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