quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Fogo fez temer o pior na Serra das Alhadas

Os moradores na Serra das Alhadas viveram ontem à tarde minutos de desespero quando o fogo lhes rondou as casas. E se as chamas na povoação foram controladas pelos bombeiros, as faúlhas ainda pregaram alguns sustos, pois o forte vento que se fazia sentir, atirava-as para junto das habitações. «Já tivemos muitos fogos, mas nenhum como este», dizia uma das moradoras, com o «coração apertado», porque «uma faúlha ainda me incendiou a lenha que ali tenho guardada».
O fogo deflagrou cerca das 13h30 e rapidamente se propagou, apesar dos esforços dos soldados da paz, dadas as condições climatéricas pouco favoráveis. E seguiu em direcção da mata, deixando atrás de si um rasto de destruição e desolação, visível no olhar dos populares e no do presidente da junta que falava na questão ambiental, mas também no «abalo na economia das pessoas», que estes incêndios acarretam, principalmente em zonas como aquelas, «praticamente só de pinheiros».
Jorge Oliveira realça que este é o terceiro incêndio este ano, que começou «numa má hora, com vento picado e não há volta a dar». O autarca falava na zona designada como Serra do Farol, junto ao Dólmen das Carniçosas, «o cemitério dos mouros», como dizem os mais antigos da freguesia. «Se os meios aéreos não viessem tão depressa, não sei onde iria parar, porque atingiu proporções brutais», salientou Jorge Oliveira ao nosso Jornal, convicto de que foi fogo posto. «Não há milagres, por acidente ou propositadamente, mas foi posto», adiantando com tristeza que «a única mancha verde que temos é esta», olhando em redor para o que restava do frondoso pinhal, cinzas, troncos nus e fumo, apesar de ter havido preocupação por parte da junta em ter aberto naquela zona «um estradão que vai até ao apeadeiro de Alhadas».
Cerca das 17h30 iniciou-se a fase de rescaldo, segundo informação do 2.º comandante dos Bombeiros Municipais da Figueira, que sublinhou a não existência de «reacendimentos», até àquele momento. Jorge Piedade adiantou que o perímetro estava «circunscrito com viaturas e pessoal», permitindo por isso, algum “alívio”. No combate às chamas estiveram mais de 120 soldados da paz, oriundos de Condeixa, Pombal, Brasfemes, Coimbra, Montemor-o-Velho, Mira, Soure, Cantanhede, Miranda do Corvo, Penacova e Penela entre outros, ajudados por dois helicópteros e aviões médios e pesados (os dromadair e canadair). No local esteve também a Polícia Judiciária.

Fonte: Bela Coutinho in http://www.diariocoimbra.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=3915&Itemid=135

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