quinta-feira, 2 de julho de 2009

APPACDM recebe uma "bonita prenda"

Entidade recebe 125 mil euros para o lar residencial. Pedido de subsídio foi deferido na véspera de a instituição comemorar o 40.o aniversário

Há quem diga que dar os parabéns adiantados dá azar, mas este não parece ser o caso da delegação de Coimbra da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM). É que anteontem, véspera da instituição comemorar o 40.o aniversário, a secretária de Estado adjunta e da Reabilitação, Idália Moniz, decidiu deferir o pedido de subsídio de 125 mil euros, que a APPACDM já tinha feito em Novembro do ano passado, para «cobrir em parte as obras» do lar residencial de S. Silvestre, que «vai ser, com certeza, aberto em 2009».
«Neste momento, é uma valência que está a fazer muita falta. É um dos objectivos a curto prazo. É uma premência. Foi uma bonita prenda», afirmou Helena Albuquerque, presidente da APPACDM de Coimbra, antes de explicar que a infra-estrutura «vai dar atendimento a 15 deficientes», mas «a lista de espera para a valência do lar residencial tem mais de 60 jovens, entre os quais 50 têm, seguramente, deficiência profunda». O valor total da obra é de 450 mil euros, tendo já sido comparticipada com 100 mil euros pelo anterior Governo, verba a que acrescem os 125 mil euros aprovados anteontem. «O resto é da associação», revelou Helena Albuquerque.
Além do lar residencial de S. Silvestre, a APPACDM de Coimbra inclui a construção do centro de estimulação precoce, num terreno doado pela Câmara na Quinta da Romeira, nos projectos a concretizar a curto prazo. «Vai substituir o nosso centro e trata-se de uma valência fundamental. Já estamos a avançar com o projecto e, no prazo de um ano, será construído. É uma forma de dar um empurrãozito às nossas crianças. Mesmo que, depois, vão para o ensino normal, já tiveram uma assistência muito forte na primeira infância, que é fundamental ao longo da vida», admitiu a responsável da instituição.
Sobre os 40 anos, Helena Albuquerque disse tratar-se de uma data «sempre especial», assumindo-se como «um momento de reflexão sobre o que fizemos, o que estamos a fazer e o que vamos fazer», antes de acrescentar que a delegação de Coimbra da APPACDM, que se tornou autónoma em relação à instituição nacional, «apoia cerca de 800 pessoas, desde os três meses e pretendemos acompanhar até ao fim da vida», integrando, actualmente, além de Coimbra, «os pólos de Arganil, Cantanhede, Montemor-o-Velho e Tocha».
As comemorações de ontem, abertas a todos, pretenderam «dizer às pessoas que estamos aqui, contamos convosco e a instituição também é vossa». A presidente da APPACDM de Coimbra confirmou que «as comunidades onde nos inserimos têm percebido esta mensagem». A sessão de ontem de manhã, na Praça da República, teve direito a um bolo de 500 quilos e animação a cargo dos jovens que frequentam o centro de actividades ocupacionais da instituição e do Grupo de Teatro Saltimbancos do Centro Popular de Trabalhadores de Sobral de Ceira.
«É o reconhecimento da ajuda da cidade, um momento de partilha com toda a cidade e de agradecimento. Nós não temos uma atitude pedinchona e lamurienta, mas temos uma atitude de lembrar às pessoas aquilo a que temos direito. Coimbra tem reagido muito bem a esse desafio», declarou Helena Albuquerque, assumindo que «o caminho não foi fácil e não temos a ilusão que um dia venha a ser», antes de apelar «à união interna na instituição». O dia de aniversário terminou à noite, no Pavilhão Centro de Portugal, com a entrega de diplomas aos jovens da APPACDM que ingressaram nos cursos de formação profissional.

Adjudicação da obra da Casa de Chá aprovada
A construção da Casa de Chá no Jardim de Sereia é, confirmou Helena Albuquerque, outro dos objectivos a concretizar este ano, pois, sublinhou, «é um projecto há tanto tempo esperado». Na reunião do executivo camarário de anteontem, a adjudicação da obra, por um valor pouco abaixo dos 26 mil euros e um prazo de execução de 45 dias, foi aprovada por unanimidade.
O pedido de autorização para a instalação de uma empresa de inserção no domínio da restauração (serviço de catering, restaurante, bar, casa de chá) na Casa do Guarda do Parque de Santa Cruz foi solicitado, há 10 anos, pela Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental à autarquia. A 3 de Maio de 1999, o executivo, então liderado pelo socialista Manuel Machado, aprovou, por unanimidade, a solicitação.
«A Casa de Chá, que havemos de ter este ano, é uma porta de entrada entre a sociedade civil e a instituição», afirmou, ontem, na Praça da República, Carlos Encarnação, informando que pretende ter o espaço aberto «até ao final do ano», até porque, revelou o actual presidente da Câmara, «já demos o passo final para essa iniciativa».

Escrito por João Henriques
In http://www.diariocoimbra.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=2607&Itemid=135

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