quarta-feira, 15 de abril de 2009

Obras feitas justificam finanças no “fio da navalha”

Durante o ano de 2008, o município de Montemor-o-Velho conseguiu obter um balanço positivo, de pouco mais de dois mil euros, mantendo a tendência de pouca liquidez, mas com muito investimento no terreno.
A prestação de contas, que foi ontem aprovada pelo executivo, com abstenção dos dois vereadores socialistas, mostra uma receita de 15,881 milhões de euros, contra uma despesa de 15,645 milhões.
«Estamos no fio da navalha», reconheceu Luís Leal ao Diário de Coimbra, salvaguardando, contudo, que, nestas contas, está incluída uma dívida de 900 mil euros de um empréstimo a curto prazo, que transitou de 2007 e teve que ser inscrito nestas contas, assim como um crédito de 1,4 milhões de euros do QREN, dinheiro para obra já feita e que já deveria ter sido recebido pela autarquia.
Daí que o presidente da Câmara Municipal diga que, apesar das contas, «há cerca de dois milhões» que são positivos na contabilidade.
Ainda assim, Luís Leal não esconde que a situação financeira do município não é nada parecida com «nadar em dinheiro», manifestando grande confiança de que o passivo é justificado pela obra feita.
Aliás, neste aspecto, aponta as tabelas e os gráficos para mostrar que, desde 2002, altura em que tomou posse, foram feitas obras na ordem dos 55 milhões de euros, sendo que estão pagos 44,3 milhões de euros, estando em dívida cerca de 11 milhões.
Aliás, Luís Leal sustenta ainda que a subida do passivo global, em 2008, de cerca de 7%, mostra que é feita obra, tanto mais que desceu a dívida a fornecedores e aumentou a empreiteiros.
O autarca defende que poderia haver outra forma de encarar a gestão da Câmara Municipal, que «passava por não fazer as obras», mostrando que, em 2008, a maior despesa foi com pessoal (4,600 ME), seguindo-se as despesas de investimento (4,100), aquisição de bens e serviços (3,400), passivos financeiros (2,100) e transferências para juntas de freguesia, colectividades e outras instituições (1,200).
Perante estes números, Luís Leal diz que «há obra que justifica a situação» financeira da autarquia, considerando que «existem condições para conferir autonomia financeira ao município».
Em termos concertos, o edil sustenta que poderia ter optado pela não realização de vários investimento e liderar um município «desafogado» em termos financeiros, mas defende que tomou a decisão certa, proporcionado ao concelho a concretização de projectos prestigiantes, como o Centro de Alto Rendimento, ou estruturantes, como o Centro Educativo, ou as empreitadas que irão duplicar a cobertura de saneamento básico, que ficará acima dos 80%.

Fonte:http://www.diariocoimbra.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=1441&Itemid=135

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