A Refer voltou esta quarta-feira a garantir que não abandonará o Ramal da Figueira da Foz, ao anunciar o tipo de obras que alegadamente pretender realizar na linha. Não adiantou foi qualquer data, nem estimativa do investimento.O comunicado que enumera os "trabalhos urgentes de reabilitação" do ramal, encerrado desde dia 5 deste mês, por razões de insegurança, chegou às redacções ontem de manhã. A seguir, o JN solicitou à Refer que desse a conhecer o calendário das obras. Mas, ao final da tarde, a empresa pública, presidida por Luís Pardal, acabou por manifestar a sua indisponibilidade para dar essa informação.
Ainda assim, a empresa que gere a Rede Ferroviária Nacional assegurou que "é objectivo que o Ramal da Figueira da Foz venha a constituir um elo importante nas cadeias logísticas que apoiam o desenvolvimento do Porto da Figueira da Foz". Por outro lado, é intenção da empresa que o ramal "garanta ligações ferroviárias eficazes no contexto nacional e ibérico", lê-se no comunicado da Refer, que reitera as promessas feitas, em 2008, pela secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino.
Segundo a Refer, as obras no Ramal, que liga a Figueira da Foz à Pamilhosa do Botão, no concelho da Mealhada, "contemplam a substituição integral dos materiais da superestrutura da via, a execução de drenagem em betão e o reperfilamento de taludes". As obras incluem também um novo balastro e prevêem "pequenas rectificações do traçado em planta e perfil".
A Refer afirmou ainda a sua disponibilidade para investir na segurança de algumas passagens de nível do ramal. Adiantou até ter 500 mil euros para eliminar quatro passagens de nível - duas no concelho da Figueira da Foz e duas na Mealhada - e automatizar duas em Cantanhede.
Entretanto, as câmaras de Montemor-o-Velho e da Figueira da Foz também manifestaram interesse em suprimir quatro passagens de nível, construindo, em alternativa, viadutos. "Acções que poderão vir a ser objecto de protocolo a celebrar com a Refer e cuja concretização é susceptível de ser articulada com os trabalhos de reabilitação do ramal", prometeu a empresa.
A Refer garantiu ter ainda projectos para uma fase posterior à reabilitação da linha. Referiu a execução do terminal ferroviário que há-de integrar uma plataforma logística, a três quilómetros da estação da Figueira da Foz, e a beneficiação de apeadeiros e estações de Cantanhede e Figueira.
O ramal, que atravessa quatro concelhos e foi inaugurado em 1881, constitui um troço da Linha da Beira Alta. Nos últimos anos, o estado calamitoso da via-férrea fazia os comboios demorarem-se cerca de uma hora no percurso de 50 quilómetros que liga a Figueira da Foz à Pampilhosa (onde entronca com a Linha do Norte). Enquanto a circulação ferroviária está suspensa no ramal, a viagem é feita de autocarro e demora mais 26 minutos.
Fonte: http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Coimbra&Concelho=Figueira%20da%20Foz&Option=Interior&content_id=1072003
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